A crescente onda dos pseudos doutores do saber | por prof. Juliano Marcel
Num contexto de muita informação, falta formação. Dilui-se o saber, generaliza-se o conhecimento, e assim, se reproduz chavões, textos e um "tipo de conhecimento" que é resultado de um pretenso autodidatismo que desemboca num equívoco conceitual, num erro hermenêutico, na desconsideração do contexto histórico (regresso, imediato e progresso), no diálogo que determinados autores estão fazendo com os demais interlocutores a quem se propôs a critica, na inclusão de teóricos dentro de pacotinhos "ideológicos" cujo pensamento não cabem nestes grupos..., poderia listar uma série de equívocos que se incorre nesta pretensa busca do saber por si e para si.
Eis a necessidade, mais do que nunca, de investir tempo, recursos, esforços e muita disposição para buscar aprender, rever conceitos, desconstruir conhecimentos já sedimentados, e se permitir ser ensinável.
Não são dois ou três livrinhos que possibilitarão a formação completa sobre determinados temas, sendo que estes estão em constantes mudanças, dada a complexificação e constante evolução científico e social que afeta o mundo. Temas como política, sociedade, cultura, educação, religião, felicidade, dor, bem, mal, e etc., estão presente na história da humanidade - desde a elaboração mítica dos povos antigos à nossa sociedade pós-moderna. Logo, o arcabouço teórico é imenso, e não podemos limitá-los somente ao que lemos nas redes sociais, como se elas esgotassem o que se pode conhecer de determinado tema.
Num contexto de polarizações supostamente ideológicas com viés políticos-partidários, de acesso ilimitado a infinitas possibilidades de informações, carecemos, mais do que nunca, de uma formação sólida, profunda, extensa, com fundamento teórico e histórico. Quem sabe assim, poderemos desenvolver um espírito mais tolerante com aqueles que pensam diferente de nós.
Prof. Juliano Marcel