Estado Laico versus Religião
Quando
falamos em religião, pensamos em algo que reúne em torno de uma mesma
espiritualidade aqueles que a professam. No Brasil, as múltiplas religiões que
existem, co-existem num mesmo Estado Político cujas leis colocam todos os seus
adeptos debaixo dos mesmos direitos e deveres para com o Estado e à sociedade.
Isto está garantido no que se convencionou chamar de “laico”, ou seja, na
“laicidade”. Muito se ouviu falar, nos últimos meses, neste termo. Frases como
“o Estado é Laico” foram vomitados nas bancadas do Congresso Nacional, nas
Tribunas, nas Comissões, que tinham por discussão temas que, em certa medida,
tocava em dogmas de determinados grupos religiosos e/ou ideológicos. Fato este
que pudemos assistir com a aprovação da PL 6583/2013 (Estatuto da Família) pela
Câmara dos Deputados, no final de setembro/2015.
Mas,
ao passo que se ouve falar acerca da “laicidade”, pouco se compreende o que
significa um Estado Laico. Vale a pena, compreendermos este termo para que
possamos entender o que se está afirmando acerca do Estado Político. Um Estado Laico é um conceito do secularismo onde o poder do Estado
é oficialmente “imparcial” em relação às questões religiosas, “não apoiando nem
se opondo” a nenhuma religião. Ou seja, existe uma neutralidade no que concerne
à intervenção do Estado em favor de uma ou outra religião, ou naqueles que
querem determinar algo contra uma religião.
Qual é a
problemática? É que representantes de minorias religiosas e ideológicas ocupam
hoje cargos políticos. Muito embora, tenham sido eleitos como representante do
povo, eles representam “suas próprias” convicções pessoais e religiosas. Sim,
pois, é isso que estamos assistindo no cenário político brasileiro. São
políticos da minoria, que querem impor suas convicções ideológicas sobre a
maioria. Enfim, dos dois lados, nos seus pontos de vista, os dois grupos
representam uma minoria frente aos demais. O que estamos assistindo no cenário
político brasileiro é um briga ideológica e religiosa, cujo objetivo nada tem a
ver com o bem do povo brasileiro. E sim, com o bem estar de uma minoria em
detrimento de uma grande maioria. É uma luta de braço de ferro, ganha quem pode
mais, quem grita mais alto, quem comove o maior número de pessoas.
Mas e o povo?
Povo!? Que povo? Para eles, não existe o povo. O que existe são seus ideais
religiosos, ideológicos, opiniões, bandeiras, dogmas e etc., o resto deve se
render a eles.
Pense nisso!
Professor Juliano Marcel
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